É possível um aluno empreender durante a faculdade?
A cada ano que passa fica cada vez mais em evidência a ideia de as pessoas iniciarem seus próprios negócios, e segundo uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), dois em cada três jovens brasileiros planejam empreender nos próximos anos. Mas será que é possível dar início a esse sonho ainda na faculdade?
“Não existe idade ideal. Temos exemplos de grandes empreendedores que começaram cedo e outros que começaram com mais de 60 anos, mas quando jovens, normalmente há menos responsabilidades, já que muitas vezes moramos com nossa família, não somos responsáveis por sustentar a casa, entre outros, mas temos menos experiência, menor rede de contatos e menos vivência. Quando mais velho, a experiência aumenta, mas por outro lado as responsabilidades também, levando a pensar duas vezes antes de se aventurar em uma atividade que tem mais risco”, diz Eduardo Vilas Boas, professor da STRONG ESAGS, nos cursos de administração, publicidade e economia.
Porém, para que o aluno alcance o sucesso, é preciso que ele se arrisque, tenha a iniciativa de produzir e vender algo que envolva, de início, poucos recursos, para caso haja algum problema nessa jornada, ele possa tentar novamente até aprender e descobrir qual deve ser o seu caminho. Depois disso, ele deve pensar no futuro, como abrir a empresa e fazer um planejamento para os próximos anos. Vilas Boas destaca que é importante incentivar esses passos apenas depois do estudante encontrar seu produto ideal. “Muitas vezes se complicamos o caminho, aumentamos o trabalho, o tempo investido e o risco, consequentemente a pessoa desiste”, afirma.
Ser empreendedor
Segundo o professor, pode existir duas visões sobre o empreendedorismo.
Empreendedor na prática: Destaca o empreendedor como aquela pessoa que explora uma oportunidade, ou seja, cria uma empresa ou produz algum produto e/ou serviço para vender. Neste sentido o universitário pode se envolver nessas atividades e ser empreendedor.
Comportamento de empreendedor: Pessoas pró-ativas, que têm iniciativa, criatividade e fazem acontecer. Neste sentido podemos entender que os universitários deveriam exercitar este comportamento empreendedor pois eles serão valiosos em sua carreira, mesmo que optem por trabalhar em uma grande empresa.
Empreendendo na faculdade
Segundo Eduardo, a faculdade é uma excelente escola para o empreendedor. “As estatísticas mostram que grande parte das empresas fecham antes de completar 3 anos de existência. As técnicas e ferramentas de gestão que os estudantes aprendem na faculdade podem ajuda-los a administrar melhor suas empresas, evitando que cometam erros, pois aprenderam a maneira correta de gerenciar”, diz, ressaltando também o fácil acesso aos professores da faculdade. “Nesta fase o aluno pode trazer as suas dúvidas práticas para as aulas ou mesmo para uma conversa em particular com os professores, que poderão ajudá-lo a encontrar um caminho.”.
Quanto a riscos, é claro que eles existem, principalmente quando se possui pouca experiência, mas mesmo que hajam erros, é importante que eles façam parte de um processo de aprendizagem. “Precisamos desmistificar o erro como um grande problema. É claro que errar ao dar um grande passo pode ser problemático, mas pequenos erros fazem parte do aprendizado e precisam ser encarados de maneira mais natural. Se eu arrisquei e errei, está tudo bem, desde que eu aprenda essa lição e não cometa o mesmo erro novamente. Como resultado, estou mais preparado do que meus colegas que nem tentaram para uma próxima oportunidade”.
E se não der certo?
Segundo o professor, o ideal é tentar novamente, refletir o que houve de errado, pensar como melhorar, aprender e começar de novo. “O não dar certo só acontece quando você desiste, até lá ele é parte de um processo de aprendizagem que te leva a uma mudança de rota. Mais uma vez, isso ocorre se você conseguir começar o seu negócio aos poucos, se colocar em jogo tudo o que você tem o não dar certo pode ser mais complicado”.