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Entenda o que é Spread Bancário na prática

Blog
29 de outubro de 2013

Spread Bancário. Você que é estudante, já viu isso em sala de aula e entendeu o assunto? Não?! Nós encontramos esse artigo do editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos, Vitor Nagata. Veja só o que ele explica:

“Um conceito que parece simples mas não é, é a diferença entre investir e emprestar dinheiro. Quando você investe em títulos públicos, você empresta dinheiro ao governo. Quando você investe em debêntures, você empresta dinheiro a uma empresa. Quando você investe em um CDB, você empresta dinheiro ao seu banco.

Você já aprendeu qual o verdadeiro papel dos bancos, certo? Não, não é oferecer produtos aos clientes, nem muito menos oferecer boas opções de investimento. O objetivo principal dos bancos é emprestar dinheiro. Para isto eles buscam captar dinheiro no mercado pagando o mínimo possível (rendimento de seu CDB, por exemplo), e ao conceder empréstimos a terceiros, buscam cobrar as maiores taxas possíveis. É o conhecido spread bancário, e é como os bancos ganham (muito) dinheiro, já que taxas superiores a 10% ao mês são comuns.

Mas como os bancos conseguem emprestar dinheiro a taxas tão altas assim? Além de contar com o povo brasileiro e sua educação financeira precária, os bancos “maquiam” ao máximo seus produtos de empréstimo de forma que pareçam um bom produto ou vantagem do banco.

Outra estratégia comum é sempre mostrar as taxas de juros em números mensais, pois já vimos neste artigo que não é positivo comercialmente informar que o juros de crédito rotativo é 333% ao ano.Tá, mas eu nunca peguei dinheiro emprestado do banco nem financiei nada, o que eu tenho a ver com isso? Amigo, é aí que você se engana.

Conforme já falei, este “empréstimo” de dinheiro tem alguns nomes mais amigáveis, sendo os mais famosos o cheque especial e o crédito pré-aprovado, mas não vamos esquecer que parcelamentos de compras e até o fato de não pagar o cartão de crédito também entra nessa conta. Enfim, diversas formas de endividar o cliente, e fazê-lo pagar juros ao banco.

Recentemente me deparei com um novo produto do Banco Sofisa que é a maneira mais fácil de mostrar o que é o spread bancário na prática. Conhecido por seus CDBs e por ter uma plataforma totalmente online, o Banco Sofisa criou um produto chamado “Saque Especial” que cobra 1,35% ao mês para te emprestar dinheiro. Comparado com outros “cheques especiais”, a taxa é até menor que a média, mas vamos entender isso melhor.

Como essa plataforma online do Banco Sofisa tem somente dois tipos de “produtos”, fica fácil de entender como um banco funciona. De um lado temos a “compra de matéria prima barata” do banco, que nada mais é que o produto de investimento (CDB), que serve para tomar dinheiro emprestado do investidor. Do outro lado temos o produto final do banco, ou seja, o “empréstimo”. Nesta hora o banco vende seu produto, ou seja, ele empresta de volta o mesmo dinheiro, mas com mais juros.

Na prática: se você investir no CDB a uma taxa de, por exemplo, 110% do CDI, ganha o direito de “tomar um empréstimo” a 1,95% ao mês. Em outras palavras: você empresta ao banco a 10,7% ao ano (antes de impostos!) e ganha o direito de pegar emprestado dele a 17,5% ao ano. Sentiu a diferença? Prazer, meu nome é spread bancário.

Como diria nosso amigo Mauro Calil, você tem que escolher de que lado você quer estar: do lado que paga juros ou do lado que recebe juros. Não é difícil de perceber que ter dívida significa estar do lado errado, por isso pague sempre suas dívidas antes de pensar em investir.

Para terminar uma (boa?) notícia: Recentemente o governo, junto com o Banco do Brasil e a Caixa, reduziu juros, o que é positivo sob certo ponto de vista, e principalmente para quem está muito endividado e pode renegociar suas dívidas, mas é preciso tomar muito cuidado.


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