Aluno de Economia da ESAGS conquista o 2° lugar no Concurso de Monografias do CORECON-SP
O santista Alexandre José Moura, 24 anos, aluno do curso de Economia da STRONG ESAGS de Santo André, conseguiu o 2º lugar no Prêmio CORECON-SP de Excelência em Economia, que tem como objetivo premiar os autores dos três melhores trabalhos de graduação em Economia do Estado.
Orientado pelo professor Raphael Bicudo, ele concorreu com monografia sobre “A posição da Mulher Negra no Mercado de Trabalho Brasileiro no Período 1980-2015”.
Fora do Brasil, Alexandre foi representado durante a premiação, que aconteceu na última segunda-feira (12/8) em São Paulo, pelo diretor da STRONG ESAGS, Eduardo Becker.
Inspiração
Segundo Alexandre, ele sempre soube que queria escrever sobre economia do trabalho. “A época de decidir pelo tema da monografia coincidiu com o período do aumento do desemprego no país e com a discussão sobre a Reforma Trabalhista. Saíram muitas matérias sobre a situação precarizada do mercado de trabalho nos jornais. Ao mesmo tempo, assisti a algumas palestras de economia e de outras áreas sobre o passado do país, a sua formação e a situação presente da economia brasileira. Daí surgiu a curiosidade em saber onde estava a mulher negra nesse contexto”.
Em seu texto, Alexandre argumenta que o Brasil foi construído a partir da exploração do trabalho escravo negro e que o cenário não mudou muito. Para execução da monografia, a maior dificuldade foi a delimitação do tema e a seleção da bibliografia. Isso porque o material era amplo e diverso.
“É fácil se perder no caminho e desviar da proposta. Por exemplo, incluir um material que não é exatamente aquilo que se busca. É preciso coerência. Pra isso, contei muito com o suporte dos professores Raphael Bicudo e Lygia Sabbag.
Conclusão
Infelizmente, segundo Alexandre Moura, a conclusão da monografia não é animadora. “A mulher negra esteve ao longo do período estudado nas posições mais frágeis e com as ocupações mais precarizadas, com menor remuneração. A política de valorização real do salário-mínimo, aplicada a partir de 2008, beneficiou a mulher negra ocupada: ela compõe a maior concentração na faixa salarial de até um salário-mínimo, chegando a 80%, em alguns anos. Enquanto isso, no grupo dos homens brancos, esse teto não chegou a 40% da população economicamente ativa. Porém, não foi suficiente para transformar a realidade.”
Ainda na análise de Alexandre, elas também são atingidas mais cedo e com maior intensidade pelo desemprego. “A taxa chega a ser o dobro da da mulher branca na mesma situação. Por tudo isso, e considerando o cenário atual, o horizonte é que a posição da mulher negra no mercado de trabalho não melhore tão cedo. Na verdade, acredito que tendência seja que a distância (entre os grupos e, em especial, da mulher negra em relação ao homem branco) aumente nos próximos anos. É preciso pensar políticas públicas específicas para o caso”.
Outro ponto que chamou a atenção durante a pesquisa foi a situação da mulher branca e do homem negro. Eles ocupam posições mais complexas. A maior inserção do homem negro no mercado de trabalho em relação à mulher branca não significa necessariamente uma alocação melhor. Ele ingressa mais cedo no mercado de trabalho, estuda menos, está nas ocupações mais precarizadas entre os homens e também consegue menores salários que homens e mulheres brancos. Às vezes, o homem negro cai numa zona cinzenta, pouco olhada. Talvez seja necessária uma maior atenção.
Para o professor Raphael Bicudo, orientar a monografia do Alexandre foi um prazer. “Trata-se de um aluno, agora um economista formado, com grande potencial. É muito esforçado. Além disso, o tema é de extrema relevância, pois chama atenção sobre um problema bastante grave, que é a enorme desigualdade social no país.
Coordenador do curso de Economia, Eduardo Becker e Professor Orientador do Trabalho, Raphael Bicudo
Professor Orientador do Trabalho, Raphael Bicudo e Presidente da Mantenedora, Sr. Sergio Tadeu Ribeiro
Troféu do Prêmio
Premiação